A Fundação Alfredo da Matta (Fuam) iniciou no dia 15 de julho a terceira turma do Curso Básico em Hanseníase via Telessaúde, atividade voltada para profissionais de saúde de nível superior de sete municípios do interior do Amazonas.
Com o tema “Telessaúde: Conceito, Princípios e Aplicações”, Pedro Máximo, coordenador do Núcleo de Telessaúde do Amazonas, deu início à aula, transmitida por videoconferência aos 165 participantes cadastrados: médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos-bioquímicos, dentre outros profissionais que atuam na área da saúde.
Embora o objetivo do curso seja capacitar em hanseníase, abordando conceitos, sintomas, tratamento e outros diversos aspectos da doença; a primeira aula foi dedicada ao tema telessaúde para que os participantes conhecessem melhor como funciona esta ferramenta, sua utilização e importância para o ensino à distância e como apoio ao diagnóstico e tratamento de doenças, em especial da hanseníase; usos que já são uma realidade na FUAM.
Segundo Pedro Máximo a telessaúde é ideal para situações em que a distância e o tempo são fatores críticos. “Podemos capacitar muitas pessoas, em diferentes locais e em pouco tempo”, resumiu o palestrante. A telessaúde também é uma boa alternativa econômica, já que os participantes não precisam se deslocar para participar de atividades: “Imaginem quanto não seria gasto se todos vocês que estão assistindo esta aula tivessem que se deslocar até a Fuam?”, questionou.
Telemedicina – Além do uso das ferramentas de comunicação à distância para a educação, a telessaúde também é aplicada à saúde, em ações conhecidas como telemedicina.
Sobre este aspecto, Pedro Máximo esclareceu um ponto importante: apesar de conceituada como “o exercício da medicina através da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados, com o objetivo de assistência, educação e pesquisa em saúde” (conceito dado pelo Conselho Federal de Medicina – CFM), fazer telemedicina não significa que o médico fará a consulta de um paciente à distância.
“Não fazemos consulta à distância, não colocamos um paciente diante da tela para ser consultado, pois não há amparo legal para isso; o que fazemos é teleconsultoria médica, com profissionais trocando informações e experiências sobre o caso de um paciente, sempre com a intermediação de um profissional lá, junto ao paciente”, destacou Pedro.
De acordo com o especialista, a conduta profissional ética é respeitada, garantindo a privacidade e confidencialidade das informações dos pacientes envolvidos. “Não podemos expor o paciente, se for necessário o apoio de outro profissional, a pessoa deve ser avisada e concordar; explicamos a ele: ‘vamos encaminhar o seu caso a outro médico para uma segunda opinião, certo?’, assim o paciente nos autoriza ou não”, explicou.
Na teleconsultoria, os profissionais trocam informações e experiências, e então, discutem o caso. Para isso, encaminham informações médicas como prontuários, exames, fotos e imagens que permitam a avaliação à distância, para que juntos cheguem a um diagnóstico, por exemplo.
Com a telessaúde, também se amplia a promoção e prevenção em saúde, indo além dos aspectos clínicos e de atenção médica, incluindo-se nessa modalidade as demais categorias das equipes multiprofissionais; o que deixa evidente o quanto as ferramentas de comunicação à distância são importantes para se ampliar o alcance das ações em prol da saúde da população.