Telessaúde no Amazonas e as contribuições da Fundação Alfredo da Matta
O Polo de Telemedicina da Amazônia/UEA, implantado em 2006, foi uma das primeiras iniciativas em telessaúde no Estado do Amazonas. A ação nacional que busca melhorar a qualidade do atendimento e da atenção básica no Sistema Único de Saúde (SUS), faz parte do projeto Telessaúde Brasil Redes – Núcleo Amazonas.
Com a implantação do Polo de Telemedicina da Amazônia, com sede e coordenação na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a Fundação Alfredo da Matta deu início às teleconsultorias em dermatologia, através do Ambulatório Virtual de Teledermatologia.
Núcleo de Teledermatologia na Fuham
Em 2013, com o Projeto “Telessaúde Aplicada ao Controle e Prevenção de Hanseníase nos Municípios do Estado do Amazonas”, projeto-piloto executado nos municípios de Lábrea e Parintins, deu-se início a uma nova fase da teledermatologia na Fuham.
Fruto da parceria entre a instituição e a Fundação Novartis para Desenvolvimento Sustentável, UEA, Fundação para o Controle de Hanseníase no Amazonas (Fundhans) e Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), o projeto viabilizou a aquisição de equipamentos e instrumentos, além da estruturação de um espaço próprio na sede da Fuham para a execução de atividades de telessaúde e teledermatologia.
NUTES Fhuam
O Núcleo de Telemedicina e Telessaúde da Fundação Hospitalar de Dermatologia Tropical e Venereologia Alfredo da Matta (NUTES Fuham) foi instituído em 17 de junho de 2013, pelas portarias nº 116/13-GDP/FUHAM e 117/13-GDP/FUHAM e tem como finalidade coordenar e executar as ações relacionadas às Tecnologias de Informação em Saúde, bem como desenvolver projetos de Telemedicina e Telessaúde da Fuham.
O Núcleo também faz parte da Rede Universitária de Telemedicina – RUTE – desde o dia 30 de outubro de 2013; grupo que reúne instituições de ensino federal e de vários estados brasileiros, mas que concedeu a adesão da Fuham por sua condição de Centro de Referência nacional e internacional na pesquisa, treinamento e controle da hanseníase.
O NUTES Fuham integra o Telessaúde Brasil Redes – Núcleo Amazonas; através do Polo de Telemedicina da Amazônia / UEA.
Atividades realizadas
Capacitação e Ensino à Distância (Teleducação) – O objetivo é capacitar e/ou reciclar profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, agentes de saúde e outros), em diferentes aspectos da área da dermatologia e hanseníase, através de cursos e treinamentos.
A Fuham também participa de Grupos de Interesse Especial (do inglês Special Interest Groups – SIGs) nas áreas da dermatologia e hanseníase. Os grupos, administrados pela Rede RUTE, estimulam a integração e a colaboração entre profissionais de saúde de todo país, com promoção de debates e discussão de casos, aulas e diagnósticos à distância.
A Teleducação é uma modalidade de ensino que permite que aluno e professor não precisem estar fisicamente no mesmo ambiente formal de ensino para o aprendizado. Apesar da separação espacial e/ou temporal, o ensino é possível por meio de tecnologias de comunicação à distância, como a internet.
Um dos cursos oferecidos é o Curso Básico em Hanseníase por videoconferência, que tem como público alvo profissionais da área da saúde.
Apoio ao diagnóstico e segunda opinião formativa – Através das teleconsultoria por vídeo ou por sistema on line de teleconsultoria (o Ambulatório Virtual, sistema que pode ser acessado, mediante cadastro, via internet), um ou mais profissionais compartilham a responsabilidade de cuidar de um paciente e sanar dúvidas sobre seu estado clínico.
O atendimento chama-se teleconsultoria, pois diferente da teleconsulta, o paciente não está presente quando da discussão de seu caso. Os envolvidos avaliam as informações fornecidas pelo médico responsável pelo atendimento, bem como analisam imagens de alta resolução (fotos ou vídeos) que mostrem lesões e condições do paciente.
Dentre as vantagens da teleconsultoria, a possibilidade de levar ações médicas a comunidades e regiões geográficas mais distantes de centros urbanos merece destaque. Além disso, o atendimento é agilizado e o paciente tem rápido acesso a um especialista; reduz-se custos de atendimento, já que não há necessidade de deslocamento do paciente para o centro urbano ou de um especialista para a localidade; diminui-se a demanda de atendimento na unidade física de saúde, dando celeridade à agenda de pacientes que já aguardam; viabiliza-se a descentralização da assistência, permitindo que um maior número de pessoas sejam alcançadas; e se estabelece uma rede de colaboração e integração de profissionais, especialistas e pesquisadores para compartilhamento de opiniões.
Monitoramento de ações do Controle da Hanseníase no Estado do Amazonas – Através da rede de comunicação do Polo de Telemedicina da Amazônia, a Gerência de Epidemiologia da Fuham pode realizar o monitoramento das ações de controle da hanseníase no Estado, através do chamado “Observatório”, equipado com apoio da Fundação Novartis para o Desenvolvimento Sustentável.
Prêmios e reconhecimento
As ações de teledermatologia na Fuham já obtiveram o reconhecimento e premiações importantes:
– 1º Prêmio Originalidade e Inovação em Telemedicina e Telessaúde, na categoria Pesquisa Clínica; premiação criada pela comissão organizadora do 6º Congresso Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, ocorrido em novembro de 2013, na faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A Fuham concorreu com o trabalho “Melhoras no controle e prevenção da hanseníase em áreas de difícil acesso no Amazonas, Brasil, através da tecnologia de telessaúde”.
Leia aqui mais informações sobre esta premiação.
– Premiação no 13º Congresso Brasileiro de Hansenologia 2014, categoria Epidemiologia & Controle, com o trabalho “Telessaúde: uma ferramenta de apoio no controle e prevenção da hanseníase em áreas de difícil acesso”.