FOTOS: Divulgação Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)
Dia 29 de outubro é o Dia Mundial da Psoríase, uma doença dermatológica pouco conhecida, mas que atinge uma parcela significativa da população. E você, sabe o que é Psoríase?
A psoríase é uma doença de pele crônica de causa desconhecida. São múltiplos os fatores que a causam: os de caráter hereditário e os fatores ambientais como fumo, obesidade, consumo de álcool e estresse.
“A causa da psoríase ainda é desconhecida, porém existem fatores desencadeantes ou agravantes: em 30% dos pacientes é comprovada que a participação genética e o estresse, fumo, álcool, medicamentos, infecções podem desencadear o processo”, afirma a médica dermatologista Rossilene Cruz, especialista da Fundação Alfredo da Matta.
A psoríase em números
No Brasil, os dados são controversos: não existem estudos de prevalência em grandes séries, embora exista um número estimado de 3 milhões de pessoas acometidas pela doença em todo o país.
O Amazonas não dispõe de um número exato de portadoras da doença, mas somente na Fundação Alfredo da Matta são diagnosticados, em média, 200 novos casos ao ano: a psoríase está entre as dez primeiras dermatoses mais atendidas na instituição, acumulando, de 2000 a 2010, 1.730 casos da doença.
Características da psoríase
A psoríase é uma doença de diagnóstico simples: na maioria dos casos, basta um exame de pele para identificá-la e apenas alguns casos são diagnosticados através de biópsias.
Apesar de fácil e simples identificação, é importante a avaliação de um médico dermatologista, pois pode ser confundida com outras doenças de pele e um diagnóstico incorreto pode levar o paciente a tratamentos inadequados.
A psoríase não é contagiosa, no entanto, o aspecto que a doença deixa na pele causa desconforto e preconceito por parte daqueles que a desconhecem e acham que podem adquiri-la com o convívio ou contato. “A doença possui um impacto social e econômico muito forte no paciente: como acomete pessoas em sua fase produtiva, o preconceito dificulta sua inserção no mercado de trabalho e muitas vezes as impede até de frequentar clubes, piscinas, escolas e locais públicos por temer serem discriminadas”, afirma a dermatologista Rossilene Cruz.
As lesões na pele causadas pela psoríase chamam a atenção. O portador apresenta placas avermelhadas de tamanhos diversos, recobertas por “escamas” esbranquiçadas (na verdade, uma descamação da pele) e que podem ocorrer em qualquer parte do corpo, apesar de atingir mais áreas como cotovelos, joelhos, o couro cabeludo, unhas e articulações (este último, causando a artrite psoriásica). Em casos mais graves podem atingir quase a totalidade do corpo.
Muitos pacientes com psoríase perdem a autoestima e o isolamento social torna-se uma alternativa para evitar situações de constrangimento e preconceito, causando também um impacto emocional.
A psoríase atinge cerca de 3% da população mundial. Acomete ambos os sexos e atinge especialmente dois grupos de faixa etária: antes dos 30 e após os 50 anos.
Tratamento
“Por ser causada por fatores genéticos não podemos falar em cura, mas em controle”, afirma Dra Rossilene Cruz. Estudos indicam que de 75% a 80% dos casos são em sua forma leve ou moderada, sendo controlada com medicação de uso tópico (xampus, loções, cremes etc).
O restante dos casos, mais agressivos, demanda um monitoramento mais cuidadoso e tratamentos que podem incluir fototerapia, medicamentos orais ou injetáveis.
Além da intervenção medicamentosa especialistas acreditam que o tratamento deve incluir um acompanhamento psicoterápico e/ou participar de grupos de apoio como estratégias de controle. É importante para o paciente desenvolver estratégias que o auxiliem a enfrentar a doença e o preconceito, se adaptar e assim ter uma qualidade de vida melhor.