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Médicos, enfermeiros e fisioterapeutas de municípios do Amazonas e da capital Manaus são os participantes da turma do Curso Básico em Hanseníase promovido pela Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham) nesta semana.

A programação teve início na manhã desta segunda-feira (16/09) e segue até a próxima sexta-feira (20/09) para uma turma de cerca de 20 profissionais que atuam na rede de saúde de Manaus e de municípios como Alvarães, Beruri, Iranduba, Manacapuru, Presidente Figueiredo e Santa Isabel do Rio Negro.

Com o objetivo de capacitar e atualizar profissionais para implementação das ações de controle da hanseníase no Estado do Amazonas, o curso aborda vários aspectos da hanseníase, desde os aspectos sociais e as manifestações clínicas, transmissão, classificação e diagnóstico diferencial da doença; incluindo também temas como dados epidemiológicos e a situação da doença no Amazonas, prevenção e reabilitação de incapacidades físicas causadas pela doença, além da coleta, leitura e interpretação de resultados de baciloscopia em hanseníase.

Em sua fala, na abertura do curso, o diretor-presidente da Fuham, Carlos Chirano, destacou que a hanseníase ainda é considerada um problema de saúde pública grave e ressaltou que o diagnóstico e a notificação de casos da doença ainda não são satisfatórios, por isso, a importância de cursos como este, para aprimoramento da atuação dos profissionais de saúde.

“Fizemos ações em alguns dos municípios representados aqui e sabemos que isso desperta o interesse das pessoas e a gente parabeniza vocês por isso, por estarem aqui; mas o que eu quero chamar a atenção de vocês em relação à hanseníase é que os municípios ficam com baixo diagnóstico, pois não é uma doença com muitos sintomas, então as pessoas não procuram naturalmente as unidades de saúde para fazer diagnóstico, só que toda vez que a gente sai para uma ação, em média a gente faz até 12 diagnósticos por município, quer dizer, a doença está lá, estamos trabalhando com um coeficiente de detecção em torno de 10, 12 casos por 100 mil habitantes, então, não caiu, continua lá, o que temos é um subdiagnóstico, os números estão subnotificados e o que a gente precisa? De mais ação, de mais profissionais preparados”, explica o diretor-presidente.

Aspectos sociais da hanseníase deram início ao curso

20240916_084631Os aspectos sociais da hanseníase foi o tema da aula de abertura desta turma do curso básico em hanseníase.

Coordenada pelas assistentes sociais da Fuham, Ione Freire, Darcy Amorim e Lídia Vale, a aula iniciou com uma encenação teatral mostrando o atendimento de uma assistente social a uma paciente prestes a receber o diagnóstico de hanseníase, com todas as suas dúvidas, medos e receio dos possíveis impactos que o diagnóstico da doença pode trazer para a vida de uma pessoa.

Os estigmas ainda muito presentes, os preconceitos existentes foram alguns dos pontos de partida para promover discussões entre os participantes da turma que também puderam acompanhar um pouco da história da hanseníase no Brasil e no Amazonas, numa breve linha do tempo que destacou desde a política de isolamento compulsório imposta aos pacientes de hanseníase, a descoberta da sulfa (medicamento) para o tratamento da doença, a implantação da poliquimioterapia (tratamento para a hanseníase) na década de 1980, passando pelo 20240916_084643fim da política de isolamento e consequentemente das chamdas “colônias”, a implementação das indenizações para pacientes e filhos de pacientes, além do surgimento de movimentos sociais e um novo momento, com a consolidação dos direitos dos pacientes acometidos pela doença.

Aulas teóricas e práticas

A programação de aulas, que seguem até a próxima sexta-feira (20/09), nos turnos da manhã e da tarde, envolve aulas com conteúdos teóricos e aulas práticas, oportunizando aos participantes a experiência de acompanhar atendimento aos pacientes nos ambulatórios da Fuham.

Os facilitadores do curso são todos profissionais da instituição, como médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, assistente social, farmacêutico-bioquímico e técnicos com grande experiência em suas áreas.

O curso é realizado pela Fuham, instituição ligada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), por meio da Diretoria de Ensino e Pesquisa e Gerência de Ensino.