A Fundação Alfredo da Matta (Fuam) realizou no dia 13 de maio a palestra ‘Reação x Recidiva (recaída): tratamento e eventos pós-alta’, que fez parte da programação do “Curso de Hanseníase Teórico-Prático para Dermatologistas dos Centros Nacionais de Referência – OPAS – OMS”.
A palestra foi ministrada pela médica da FUAM Maria de Fátima Maroja, que explicou o processo de tratamento e o possível reaparecimento de bacilos em alguns pacientes pós alta, devido à resistência da doença e motivos diversos.
O tratamento da hanseníase é feito por via oral e constituído pela associação de dois ou três medicamentos. A quantidade de doses dos remédios varia de acordo com o tipo da doença, que são a borderline, indeterminada, tuberculóide e virchowiana. O processo de tratamento tem duração de seis meses a um ano, sendo denominado poliquimioterapia.
Após o término, a possíbilidade de retorno da hanseníase ainda existe e pode ocorrer por diversos motivos como diagnóstico tardio, reinfecção, resistência do bacilo, terapêutica irregular, deficiência do sistema imunológico (mais comum em pacientes portadores de HIV), erros de classificação do tipo de hanseníase que acomete o paciente (o que implica num tratamento inadequado) e a forma virchowiana avançada da doença, que é o tipo mais agressivo da hanseníase, mais difícil de ser tratada.
Em caso de recidiva (“retorno” da doença) há um período de incubação de pequeno à longo prazo, dependendo do organismo do paciente, por isso, depois da alta, deve-se ficar atento para quaisquer sinais que indiquem uma possível volta do bacilo. “Uma vez que o paciente percebe a volta dos bacilos, é feita uma biópsia na pele visando à confirmação da recidiva. Se confirmado, o tratamento é retomado de acordo com os tipos da hanseníase até que se elimine de vez a doença” concluiu Fátima Maroja.
O curso na Fuam
O “Curso de Hanseníase Teórico-Prático para Dermatologistas dos Centros Nacionais de Referência – OPAS – OMS” foi realizado durante os dias 12 a 16 de maio com e aulas teóricas e atividades práticas. A programação incluiu temas como a epidemiologia da hanseníase; situação da hanseníase nas Américas; vigilância de contatos, a etiologia e outros.