
Dia 29 de outubro é o Dia Mundial da Psoríase, doença dermatológica crônica que atinge uma parcela significativa da população. Na Fundação Alfredo da Matta quase 5 mil pacientes já foram diagnosticados com a doença desde 2000. São pacientes que precisam de tratamento e acompanhamento contínuo, já que a doença não tem cura, mas é perfeitamente controlável.
Segundo a médica dermatologista da Fuam, Monica Santos, a instituição dispõe atualmente de todas as modalidades terapêuticas indicadas para o tratamento da psoríase, assegurando aos pacientes a busca pela melhoria da qualidade de vida, através do Sistema Único de Saúde (SUS). “Ofertamos aos nossos pacientes desde a medicação tópica, fototerapia, medicações sistêmicas clássicas e biológicas, tudo dentro da Fundação Alfredo da Matta; essas são as principais modalidades terapêuticas que podem ser ofertadas a um paciente com a doença”, afirma a especialista.
Desde a descentralização dos medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF), os pacientes de psoríase da Fuam podem receber diretamente da Farmácia, medicamentos de custo mais elevado, indicados para casos mais complexos da psoríase.
Outra modalidade de tratamento para a psoríase na Fuam é a fototerapia, serviço disponibilizado aos pacientes há dois anos. Atualmente dos cerca de 250 pacientes realizando tratamento através da fototerapia, 87 tratam a psoríase. Os pacientes são avaliados por dermatologistas e os que possuem indicação, utilizam-se desta modalidade terapêutica que usa radiação ultravioleta A e B para produzir efeitos antiinflamatório, antiproliferativo e imunossupressor.
Psoríase números e características – Na Fuam, referência em tratamento de doenças dermatológicas, são diagnosticados em média, 200 novos casos de psoríase por ano. A doença está no grupo das dez dermatoses mais frequentes na instituição, tendo acumulado de 2000 a setembro de 2019, 4.742 casos. Em 2018, foram diagnosticados 358 casos da doença e dados de 2019, indicam 252 novos casos até o mês de setembro.
Como a psoríase não tem cura, cada novo diagnóstico é um novo paciente que inicia acompanhamento. A psoríase é uma doença inflamatória crônica, não contagiosa que afeta principalmente joelhos, cotovelos, mãos, pés e couro cabeludo, dando à pele aspecto característico que pode gerar desconforto para o paciente e preconceito por parte daqueles que desconhecem a doença.
A causa da psoríase é desconhecida, no entanto existem fatores que podem fazer com que ela entre em atividade, como o fumo, infecções, uso de alguns medicamentos, estresse e traumas físicos. Mas apesar de não ter cura, a psoríase é totalmente controlável, seja com uso de medicamentos e tratamentos complementares como a fototerapia, além da adoção de um estilo de vida saudável por parte do paciente, com controle da alimentação e fatores emocionais.
A doença possui um impacto social forte no paciente, pois acomete pessoas em sua fase produtiva e o preconceito dificulta sua inserção no mercado de trabalho e muitas vezes as impede até de frequentar locais públicos como clubes, piscinas e escolas, por temer a discriminação. As lesões na pele chamam a atenção, pois pode apresentar placas avermelhadas de tamanhos diversos, recobertas por “escamas” esbranquiçadas (na verdade, uma descamação da pele) e que podem ocorrer em qualquer parte do corpo, apesar de atingir mais áreas como cotovelos, joelhos, o couro cabeludo, unhas e articulações (a artrite psoriásica). Em casos mais graves pode atingir quase a totalidade do corpo.
Muitos pacientes perdem a autoestima e o isolamento social torna-se uma alternativa para evitar situações de constrangimento e preconceito, causando também um impacto emocional. Na Fuam, os pacientes contam com atendimento ambulatorial e apoio psicológico e os pacientes possuem ainda o apoio da Associação de Psoríase do Amazonas, criada com o objetivo de divulgar a doença e minimizar a discriminação.