Imagem: Reprodução/site www.r7.com

Detectar precocemente a hanseníase – através de métodos e ferramentas de alta sensibilidade – e aumentar a resolutividade dos casos de difícil diagnóstico da doença e dos casos em que o paciente apresente algum tipo de resistência medicamentosa. Estes são os principais objetivos de um projeto de pesquisa da FUAM que foi recentemente aprovado no PPSUS-AM – Programa Pesquisa para o Sistema Único de Saúde –Amazonas.

O projeto intitulado “Utilização de técnicas moleculares para suporte ao diagnóstico de casos difíceis de hanseníase, monitoramento de contatos e discriminação entre recidivas e reação e detecção de mutações associadas à resistência medicamentosa” foi aprovado em fevereiro deste ano na Chamada Pública nº 002/2012 lançada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), em parceria com o Ministério da Saúde, com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas (SUSAM).

As pesquisas começam a ser realizadas em maio deste ano, com apoio da estrutura do Laboratório de Biologia Molecular da FUAM e terão, em dois anos de execução, um orçamento de 300 mil reais.

Coordenado pela médica e diretora de ensino e pesquisa da FUAM, Carolina Talhari Cortez, juntamente com pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Hanseníase/FUAM, o estudo visa implantar na rotina ambulatorial da instituição a chamada “reação de polimerase em cadeia quantitativa” (qPCR) – técnica utilizada em laboratório de biologia molecular para pesquisas médicas e biológicas que permite tarefas como o sequenciamento de genes e diagnósticos mais eficazes – e avaliar a viabilidade do uso desta metodologia como ferramenta de atenção básica em saúde.

Os pesquisadores acreditam que a técnica seja fundamental, pois permite diagnósticos rápidos e precisos, atendendo a necessidade de confirmação de casos de difícil diagnóstico da hanseníase, como a forma paucibacilar da doença.

Por outro lado, a técnica também permite maior segurança no monitoramento dos pacientes e de seus contatos, ou seja, familiares ou pessoas que mantém contato diário e prolongado com um paciente de hanseníase.

Outra vantagem é que com o qPCR é possível  realizar pesquisa e sequenciamento de DNA do Mycobacterium leprae (bacilo responsável pela hanseníase), permitindo a identificação de mutações associadas à resistência medicamentosa que alguns pacientes de hanseníase possam apresentar ao longo do tratamento.

Importância do projeto

Uma das grandes dificuldades para eliminação dos casos de hanseníase é o diagnóstico clínico precoce da doença, o que permite o início rápido do tratamento e, consequentemente, diminui as chances de maiores danos, como as incapacidades e deformidades.

As reações medicamentosas também são um desafio e podem prejudicar o tratamento. Aproximadamente, 20 a 50% dos pacientes apresentam algum tipo de reação, normalmente no início do tratamento da poliquimioterapia (tratamento a base de múltiplas drogas).

 

Comunicação /FUAM

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