A Fundação Alfredo da Matta (Fuam) iniciou no dia 24 de novembro o “Curso de Prevenção de Incapacidades para Programas de Controle da Hanseníase na América Latina”, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), organismo internacional que integra a Organização Mundial da Saúde (OMS), como escritório regional na região das Américas e Caribe.
O curso é voltado para 10 profissionais, dentre médicos e fisioterapeutas de países-membros da OPAS/OMS vindos de países como Bolívia, Brasil, Equador, Paraguai, Colômbia, Nicarágua, República Dominicana, Argentina e Cuba. O objetivo é capacitar os profissionais em aspectos diversos da prevenção de incapacidades físicas que podem acometer pacientes de hanseníase.
Na abertura do evento, que contou com a presença do Diretor Presidente da Fuam, Carlos Chirano e do representante da OPAS no Brasil, Santiago Nicholls, foram discutidas as possíveis dúvidas e o conhecimento dos participantes sobre o tema central do curso (com dinâmicas em grupo e atividades de conhecimento), além de apresentação de definições de conceitos da área, (abordando conceitos como prevenção, reabilitação e autocuidado). Outro tema importante foi a “Situação Epidemiológica da Hanseníase no Mundo, nas Américas e no Brasil”, tendo como palestrante Valderiza Pedrosa, chefe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da FUAM.
Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde, os três países que lideram os casos de Hanseníase são a Índia, com cerca de 130 mil casos ao ano, Brasil, com 30 mil casos e Indonésia, com 10 mil casos.
Valderiza destacou a situação da Hanseníase no Brasil e os números de casos no Amazonas. “O Brasil vem resgistrando uma queda no número de casos desde o ano 2000 graças ao diagnóstico precoce e tratamentos. Em 1990 havia 75 doentes para cada grupo de 100 mil habitantes, e agora são 16 para a mesma proporção”.
Entre os estados brasileiros, o Amazonas já foi o 1º do ranking com o maior número de casos novos de hanseníase, atualmente o estado ocupa a 18º posição, sendo que em 2014, já foram registrados cerca de 380 casos da doença contabilizando o número de todos os municípios do Amazonas. “O coeficiente de detecção de novos casos de hanseníase acumula redução de 71,9%, algo muito bom, que mostra a eficácia dos trabalhos no combate à doença”, concluiu Valderiza.
O curso
O “Curso de Prevenção de Incapacidades para Programas de Controle da Hanseníase na América Latina” se estende até o dia 28 de novembro e terá além das aulas teóricas, aulas práticas nos consultórios da Fuam, onde os visitantes acompanharão atendimentos ambulatoriais e poderão conhecer de perto como os casos da doença são tratados e especialmente como os pacientes e ex-pacientes são acompanhados pela Fundação, no que diz respeito aos cuidados e prevenção de incapacidades físicas.
O curso, que tem apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e da Fundação de Controle da Hanseníase – Fundhans, é realizado pela Fuam, através da sua Diretoria de Ensino e Pesquisa/Gerência de Ensino e Pesquisa e tem a coordenação das profissionais Maria Anete de Moraes e Alexandra de Freitas Costa, responsáveis pela Gerência de Prevenção de Incapacidades da Fuam.
A Fundação Alfredo da Matta é credenciada, desde 1998, como Centro Colaborador da OMS para controle, treinamento e pesquisa em hanseníase para a região das Américas e Caribe.