O Dia Mundial de Combate à Hanseníase é lembrado sempre no último domingo do mês de janeiro, por isso, a Fundação Alfredo da Matta planejou um grande Mutirão de saúde que será realizado no próximo dia 28 de janeiro, de 8 às 12 horas, na sede da Fuam, localizada no bairro da Cachoeirinha, Zona Sul de Manaus. Serão distribuídas 800 fichas, por ordem de chegada. O objetivo é realizar a busca ativa de casos suspeitos desta doença que registrou 412 novos casos em todo Estado do Amazonas, no ano de 2016.
A ação é uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde / Manaus (Semsa) e visa chamar a atenção da população sobre a Hanseníase, reforçando o trabalho de combate à doença realizado pela Fuam tanto na capital quanto no interior do Estado.
Ações e números da Fuam – Em 2016, dados epidemiológicos indicaram um total de 412 casos novos de Hanseníase no Amazonas, apontando Manaus como o município com maior número de casos (162) seguido pelos municípios de Boca do Acre (25), Parintins (15) e Humaitá (13).
Em relação às calhas dos rios estão concentrados principalmente no entorno de Manaus e Rio Negro (200 casos, ou 48,5%); calha do Rio Madeira (46 casos, ou 11,2%); e calha do Purus (42 casos, ou 10,2%). Em relação a Manaus, o maior número de casos, por zona geográfica, concentraram-se nas zonas Leste (32,7%), Norte (27,8%) e Oeste (14,2%).
A equipe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da Fundação Alfredo da Matta, cumprindo um intenso calendário de visitas aos municípios do interior esteve, em 2016, em 53 dos 62 municípios do Amazonas, identificando 106 casos novos de Hanseníase. Para 2017, a meta é visitar todos os municípios amazonenses, realizando ações como monitoramento e intensificação na busca de casos de Hanseníase, treinamento de profissionais de saúde sobre a doença, além de consultas e cirurgias em pacientes.
Na capital, além do atendimento de rotina da Fuam, foram realizados 23 mutirões na sede da Fundação ou em parceria com instituições diversas, no ano de 2016, totalizando 54 novos casos de Hanseníase identificados. Foram 11.501 atendimentos realizados, como exames dermatológicos, consultas médicas, dentre outros.
A Hanseníase ainda é um importante problema de saúde pública no Estado do Amazonas, embora apresente ano a ano, comportamento descendente, com redução da incidência. Nos últimos anos, a doença passou de 75,5 casos por 100 mil habitantes, em 1990, para 10,46 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2016; o que representou uma redução de 86,14%. Embora a diminuição dos números seja significativa, a doença ainda é considerada com parâmetro de endemecidade alto.
Sinais e sintomas
A Hanseníase é uma doença que pode ser detectada com um simples exame de pele. A doença tem cura desde que a pessoa com suspeita faça o tratamento em tempo hábil. O tratamento é gratuito e feito em qualquer unidade básica de saúde.
A hanseníase é uma doença infecciosa transmitida por um bacilo (Mycobacterium leprae), atingindo principalmente pele e nervos de extremidades do corpo, como em braços, pernas e pescoço. A doença passa de uma pessoa sem tratamento para outra, através das vias respiratórias e quando estas mantêm contato direto e frequente. A maioria da população adulta é resistente à hanseníase. Vale ressaltar que a partir do momento que uma pessoa diagnosticada com hanseníase inicia o tratamento com medicamentos, ela não mais transmite a doença.
A hanseníase tem cura e o tratamento, que é gratuito dura de 6 meses a 1 ano, dependendo da forma que acomete o doente. Quanto mais cedo acontece o diagnóstico e se inicia o tratamento, melhor será sua resposta, evitando possíveis sequelas e quebrando a cadeia de transmissão da doença.
Outra medida importante é o acompanhamento dos chamados “contatos”, ou seja, pessoas que mantenham contato íntimo e prolongado com uma pessoa doente (normalmente seus familiares). Na Fuam, familiares e todos os contatos de um paciente com hanseníase têm prioridade no atendimento e podem fazer regularmente acompanhamento com os especialistas.