O ano de 2020 está finalizando e a equipe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia (DCDE) da Fundação Alfredo da Matta (Fuam) já está pensando em janeiro de 2021, mais especificamente no Janeiro Roxo. Isso porque o primeiro mês de cada ano é dedicado à conscientização sobre a Hanseníase, doença infecciosa crônica e curável que afeta pele e nervos.
O Janeiro Roxo foi instituído em 2016 pelo Ministério da Saúde, em alusão à Hanseníase, que tem o último domingo do mês de janeiro como o dia mundial de luta contra a doença. A cor roxa foi adotada para chamar a atenção e pontuar as campanhas educativas.
Como unidade responsável pelo Programa de Combate à Hanseníase no Amazonas e centro de referência para tratamento da doença, a Fuam coordena no Estado as atividades alusivas ao Janeiro Roxo e, juntamente com unidades parceiras, como as secretarias municipais de saúde, realiza durante todo o mês, atividades diversas como intensificação na busca de casos, ações educativas, dentre outras, já que cada localidade tem autonomia para elaborar suas próprias programações locais.
Preparativos – Com o planejamento das ações, iniciaram neste mês de dezembro a distribuição de kits com material informativo e educativo sobre a Hanseníase, reunindo cartazes, folders, livros, manuais de tratamento, dentre outros impressos do Ministério da Saúde e outros produzidos pela própria Fuam, como o Álbum Seriado Educativo de Mesa sobre Hanseníase.
Segundo o chefe do DCDE/Fuam, enfermeiro José Yranir do Nascimento, os primeiros kits já começaram a ser enviados para as coordenações do Programa de Combate à Hanseníase nos municípios do interior e também a parceiros. “Iniciamos a distribuição de kits para municípios como Rio Preto da Eva, Beruri, Itacoatiara, Guajará e Iranduba e também entregamos um kit para a Comissão de Saúde e Previdência da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. Todos os municípios amazonenses receberão um kit, pois no início do próximo mês as coordenações locais já irão iniciar suas atividades”, explica.
Em 2021, em função da pandemia do novo coronavírus a principal atividade realizada na sede da Fuam todos os anos durante o Janeiro Roxo – mutirão para a intensificação da busca ativa de casos – será realizada de forma diferente, para evitar aglomerações. A rotina já existente no sistema de saúde, onde a Atenção Básica funciona como a “porta de entrada” para pacientes suspeitos será mantida, ou seja, os pacientes com qualquer alteração na pele devem fazer triagem nas unidades básicas de saúde das secretarias municipais e, tendo o caso confirmado, podem iniciar o tratamento na própria unidade ou na Fuam.
“A atenção básica é apta para este atendimento, todas as zonas da cidade estão abastecidas com medicação e pessoal treinado para esse serviço e com nossa parceria até mesmo casos identificados na Fuam, após início do tratamento aqui podem ser encaminhados para as unidades básicas, ficando o paciente mais próximo de sua residência, o que facilita seu tratamento”, explica José Yranir.
Na Fuam, a rotina de atendimentos permanece, com triagem de casos suspeitos. Todo paciente que dá entrada na unidade é avaliado, atentando-se para qualquer sinal precoce da Hanseníase. Nos consultórios, a sensibilização sobre a doença ganhou um reforço, com o lançamento do Álbum Seriado Educativo de Mesa sobre Hanseníase, material educativo à disposição dos profissionais de saúde, com informações concisas e com linguagem apropriada para a sensibilização dos pacientes em atendimento.

