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Os casos de esporotricose continuam em alta em Manaus. Na Fundação Alfredo da Matta (FUHAM), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), nos dois primeiros meses de 2024, foram notificados 19 casos da doença que, comparados aos do mesmo período do ano anterior, com 18 casos registrados, mantêm o índice de contaminação.

Na capital, cerca de 75% da contaminação humana no ano passado ocorreu pelo contato com animais infectados, especialmente gatos, afetando pessoas entre 20 a 59 anos, bairros das zonas oeste e sul, as de maior incidência de casos. Entre os municípios do interior, Presidente Figueiredo foi o que apresentou maior número de casos, com 9 registros.

A grande maioria das notificações veio de Manaus, totalizando 596 novos casos. Os meses de junho e agosto registraram os picos de incidência. As confirmações ocorreram durante as consultas, com exames laboratoriais realizados para confirmar a presença da esporotricose. Até o momento, 38,1% dos pacientes foram curados, enquanto 47,3% estão em tratamento sob a orientação médica. Esse tratamento pode variar de três a seis meses, ou até mesmo um ano.

O que é Esporotricose?

A esporotricose é uma doença causada por fungos e pode atingir tanto a pele quanto os ossos internos. A infecção, geralmente, surge a partir de arranhões ou mordidas de animais infectados, que também são vítimas desse fungo, o Sporothrix brasiliensis.

Ainda em 2023, foram confirmados 2.069 casos em animais, dos quais 467 resultaram em óbito. Na zona oeste, observou-se a maior concentração de casos, representando 44,8% do total registrado. Embora não seja fatal para humanos, esta doença pode ser extremamente grave para os animais afetados.

“A gente tem que procurar tratar o animal, procurar o veterinário e fazer o tratamento certinho, em caso de gato de rua a gente deve chamar a zoonose, todo caso de esporotricose diagnosticado a gente tem que notificar e informar a zoonose”, explica a médica dermatologista Silmara Penini, da FUHAM.

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Grupo de Trabalho

Em outubro de 2023, a SES-AM criou um grupo de trabalho, formado por várias instituições da área de Saúde, com o objetivo de monitorar a doença e definir ações de controle e combate à infecção. Coordenado pela Fundação de Vigilância em Saúde – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), o grupo reúne a FUHAM, a Fundação de Medicina Tropical – Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado do Amazonas (CRMV-AM) e a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) de Manaus.

Diante da complexidade da dinâmica da doença, a chefa do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da FUHAM, epidemiologista Walderiza Pedrosa, ressalta que o acompanhamento dos casos deve ser feito em várias frentes. “Nós temos que estabelecer fluxos de monitoramento tanto para humanos como também para os animais. Então, envolve vários segmentos da sociedade”, afirma Walderiza.

Atendimento à população

Toda unidade pública de Saúde tem a capacidade de atender pessoas que apresentem feridas que não saram, especialmente se tiverem animais domésticos (gatos e cães) em casa e que apresentem feridas semelhantes. O profissional de Saúde que estiver em dúvida sobre o diagnóstico da lesão, encaminha o paciente a uma unidade especializada.

Na área de dermatologia, a FUHAM é a referência no Amazonas. O atendimento na instituição é feito de segunda a quinta-feira, a partir das 6h. A pessoa tem que trazer o cartão do SUS e uma identidade com foto. Não é preciso ter encaminhamento. A FUHAM fica localizada na avenida Codajás, nº 24, bairro Cachoeirinha, zona centro-sul de Manau.

Vídeo

No canal da Fundação Alfredo da Matta, na plataforma YouTube, está disponível um vídeo gravado pela médica dermatologista Silmara Peninni, sobre a esporotricose. Clique aqui e assista.