20210415_102215O uso de medicamentos biológicos para pacientes com psoríase foi o tema escolhido para uma palestra de atualização profissional que teve como público-alvo servidores da equipe de enfermagem da Fundação Alfredo da Matta (Fuam). A apresentação aconteceu na última sexta-feira (16), no Auditório da Fuam, e teve como palestrante, a médica dermatologista Mônica Santos.

Medicamentos biológicos pertencem à uma classe de medicamentos considerados mais complexos, utilizados no tratamento de diversas doenças, dentre elas, os casos mais difíceis de psoríase; uma doença inflamatória crônica imunomediada, ou seja, quando o sistema imune da pessoa não reconhece e por isso ataca as próprias células saudáveis do corpo.

Os medicamentos biológicos são mais complexos e sensíveis que os medicamentos sintéticos. A maioria é produzida com utilização de células cujos genes foram modificados para produzir determinada proteína e agir especificamente em focos da doença, sem atingir todo o organismo humano.

Devido a suas características especiais, estes medicamentos exigem cuidados no manuseio e armazenamento. Devem ser conservados em geladeira em uma temperatura entre 2 a 8°C, não podem ser congelados, devem ser transportados com cuidado e em caixa que conserve sua temperatura, dentre outras medidas que são cuidadosamente repassados aos pacientes. São normalmente administrados por injeção, preferencialmente na própria unidade de saúde, mas há também aqueles que podem ser autoadministrados, ou seja, aplicados pelo próprio paciente, com injeções subcutâneas. “Por serem macromoléculas susceptíveis à digestão, são administrados por via parental – subcutânea, intramuscular ou intravenosa – e não oral”, explica Monica Santos.

Segundo a médica da Fuam, os casos de psoríase mais grave e que não tiveram boa resposta à medicação convencional e fototerapia são os casos indicados para receberem os medicamentos biológicos. “São quatro os medicamentos biológicos disponibilizados pelo SUS, mas não é todo paciente que pode recebê-lo; é preciso avaliar o paciente, ver sua história clínica, exames físicos, atentar para o índice de gravidade da doença no início do tratamento, além de uma rigorosa investigação laboratorial”, explica a especialista.

Os medicamentos biológicos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) citados pela médica Monica Santos são o adalimumabe, secuquinumabe, ustequinumabe e o etanercepte. São administrados para aqueles pacientes que não tiveram resposta positiva para os demais tratamentos disponíveis – fototerapia e outros medicamentos, como as pomadas – sendo dispensados na própria Fuam.

Psoríase – A psoríase é uma doença inflamatória crônica, sistêmica e imunomediada. Atinge Pele, couro cabeludo, unhas, articulações e mais raramente semimucosas e mucosas.

Afeta de 0,1 a 3% da população mundial, tendo prevalência maior em países de clima frio do hemisfério norte. Na Fuam, em 2019, foram diagnosticados 306 novos casos de psoríase.

Distanciamento – As atividades de capacitação realizadas neste período de pandemia na Fuam estão seguindo protocolo interno de segurança, que limita o número de pessoas participando da atividade, presencialmente. O Auditório da Fuam está com sua capacidade reduzida em 50%, com distanciamento entre os profissionais participantes.