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A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham) e a Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) realizam, até o próximo dia 25 de julho, o curso “Diagnóstico Laboratorial da Leishmaniose Tegumentar Americana – Pesquisa de formas amastigotas de Leishmania sp em esfregaço de lesão de LTA”, atividade para atualização de profissionais que atuam no diagnóstico laboratorial da doença.

O curso iniciou na última sexta-feira (19/07) com a aula de abertura, no Auditório Damião Litaiff, sede da Fuham, transmitida também, via videoconferência. O público participante é formado por profissionais que atuam no Laboratório de Leishmaniose da FMT-HVD, nos laboratórios da Fuham, além de técnicos, voluntários e colaboradores que trabalham com Leishmaniose. Via videoconferência, participaram profissionais do município de São Gabriel da Cachoeira, também atuantes no diagnóstico laboratorial da Leishmaniose.

“O objetivo é capacitar os profissionais na leitura microscópica de esfregaços da escarificação de lesão de Leishmaniose, utilizando a plataforma digitalizada, que é a metodologia que estamos empregando na hanseníase, há muito tempo, inclusive já validada pelo Ministério da Saúde”, explica um dos coordenadores do curso, farmacêutico bioquímico da Fuham Jorge Ewerton Sales.

As aulas apresentadas na abertura do curso, envolveram temas como dados epidemiológicos da LTA no Estado do Amazonas, a dinâmica da transmissão da doença, aspectos clínicos e tratamento, métodos laboratoriais de diagnóstico, biologia molecular aplicada à Leishmaniose, além de breve exposição sobre o diagnóstico da esporotricose, doença que está com números crescentes no Estado e tem aspectos importantes para serem avaliados quando do diagnóstico.

“O curso é voltado para o diagnóstico da Leishmaniose, no entanto, como estamos tendo um surto de esporotricose no Amazonas, e como essas duas doenças tem estruturas parecidas, onde as estruturas da levedura de esporotricose são muito parecidas, em lâmina [com as de Leishmaniose], dá para observar pelo mesmo exame”, explica Débora Raysa de Sousa, gerente do Laboratório de Leishmaniose da FMT-HVD e também coordenadora do curso.

De acordo com Débora, devido às semelhanças, é importante os participantes treinarem o olhar e se aperfeiçoarem para que atuem de forma segura no diagnóstico de ambas doenças. Jorge Ewerton salienta que a segurança do profissional vem a partir da experiência, por isso, o curso também está apresentando material de esporotricose para análise, como atividade prática do curso.

“Um profissional desavisado pode lançar um resultado falso positivo, já que ambas tem estruturas muito semelhantes, mas para um olho treinado, são gritantes as diferenças que podem ser observadas em lâmina”, complementa.

A análise de lâminas faz parte das atividades práticas do curso, etapa que é realizada de modo não presencial.

“Até o dia 25 de julho eles [participantes] tem uma meta; serão 10 lâminas para que eles façam a leitura e deem o resultado, então a partir de agora essa etapa será realizada na instituição de cada participante; eles vão fazer a leitura dessas lâminas que são digitalizadas, pela internet, mas como sabemos que esses profissionais tem a carga horária bem preenchida, a plataforma ficará disponível 24 horas por dia, num prazo de sete dias para que possam cumprir essa meta”, finaliza Ewerton.

O curso conta com apoio da empresa Controllab, parceira técnica da Fuham na disponibilização de lâminas digitalizadas (escaneadas) com amostras de material para análise laboratorial, a mesma tecnologia utilizada quando da análise laboratorial de casos de hanseníase.