O próximo domingo, dia 29 de outubro, é o Dia Mundial da Psoríase, data instituída internacionalmente para falar sobre o tema à população e ajudar a desmistificar a doença que ainda é pouco conhecida.
A Psoríase é uma doença dermatológica crônica, não contagiosa, mas que atinge uma parcela significativa da população. Sua causa ainda é desconhecida, porém os especialistas apontam alguns fatores que podem desencadear ou agravar a doença: os fatores hereditários, pois em aproximadamente 30% dos pacientes é comprovada a participação genética; além de fatores externos como o estresse, fumo, álcool, medicamentos e infecções que podem desencadear o processo e sua manifestação.
Apesar de não ter cura, a Psoríase é totalmente controlável, seja com uso de medicamentos, seja com a adoção de um estilo de vida saudável por parte do paciente, em que controle fatores como alimentação e emocionais.
Psoríase na Fuam – Na Fundação Alfredo da Matta, referência no tratamento de doenças dermatológicas, são diagnosticados, em média, 200 novos casos de Psoríase ao ano: a doença está no grupo das dez dermatoses prioritárias que mais frequentemente são atendidas na instituição, acumulando, de 2000 a 2016, 3.811 casos novos.
A Fuam disponibiliza médicos especialistas e tratamento para os pacientes desta doença que acomete pessoas de ambos os sexos e, embora seja comum em diversas faixas etárias, na instituição, tem como perfil dos pacientes diagnosticados, em sua maioria (55%), pessoas acima dos 60 anos.
Características da Psoríase – A Psoríase é uma doença de diagnóstico simples: na maioria dos casos, basta um exame de pele para identificá-la e apenas alguns casos são diagnosticados através de biópsias. Apesar de fácil e simples identificação é importante a avaliação de um médico dermatologista, pois um diagnóstico incorreto pode levar o paciente a tratamentos inadequados.
A Psoríase não é contagiosa, no entanto, o aspecto que a doença deixa na pele causa desconforto e até preconceito por parte daqueles que a desconhecem e acham que podem adquiri-la com o convívio ou contato.
A doença possui um impacto social forte no paciente, pois acomete pessoas em sua fase produtiva e o preconceito dificulta sua inserção no mercado de trabalho e muitas vezes as impede até de frequentar locais públicos como clubes, piscinas e escolas, por temer a discriminação.
As lesões na pele causadas pela psoríase chamam a atenção. O portador apresenta placas avermelhadas de tamanhos diversos, recobertas por “escamas” esbranquiçadas (na verdade, uma descamação da pele) e que podem ocorrer em qualquer parte do corpo, apesar de atingir mais áreas como cotovelos, joelhos, o couro cabeludo, unhas e articulações (a artrite psoriásica). Em casos mais graves pode atingir quase a totalidade do corpo.
Muitos pacientes com psoríase perdem a autoestima e o isolamento social torna-se uma alternativa para evitar situações de constrangimento e preconceito, causando também um impacto emocional.
Tratamento – Por ser causada por fatores genéticos não há cura, mas sim controle. Estudos indicam que de 75% a 80% dos casos são em sua forma leve ou moderada, sendo controlada com medicação de uso tópico, como xampus, loções e cremes. O restante dos casos, mais agressivos, demanda um acompanhamento mais cuidadoso e tratamentos que podem incluir fototerapia, medicamentos orais ou injetáveis.
Além da intervenção medicamentosa, especialistas acreditam que o tratamento deve incluir um acompanhamento psicoterápico e grupos de apoio como estratégias de controle. É importante para o paciente desenvolver estratégias que o auxiliem a enfrentar a doença e o preconceito, se adaptar e assim ter uma qualidade de vida melhor.
Na Fuam, os pacientes contam com atendimento ambulatorial e o Grupo de Apoio a pacientes com Psoríase, que desenvolve atividades lúdicas e de educação em saúde, permitindo sensibilizar pacientes, além de promover maior interação com os profissionais de saúde. Os pacientes de Psoríase atendidos na Fuam também se mobilizaram e criaram a Associação de Psoríase do Amazonas, com o objetivo de divulgar a doença e minimizar a discriminação que ainda sofrem.