
Como a prática da comunicação não violenta pode impactar na saúde mental no ambiente de trabalho foi o tema escolhido pelo Núcleo de Educação Permanente em Saúde e Humanização (NEPSHU) da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham) para encerrar o Setembro Amarelo – campanha de prevenção ao suicídio – na instituição.
Para discutir o tema, foi convidado o administrador Ulisses Bezerra da Silva, servidor da Secretaria Executiva Adjunta de Gestão e Administração da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Ulisses, que participou da elaboração da cartilha “Violência e Assédio Moral no Trabalho: atenção à saúde mental na rotina diária de atividades dos servidores da Secretaria de Estado da Fazenda – Sefaz-AM”, apresentou a palestra “Comunicação não violenta e saúde mental”, na última sexta-feira (27/09), no Auditório da Fuham, para servidores e gestores.
“Estivemos aqui na Fundação Alfredo da Matta para falar sobre comunicação não violenta e saúde mental, mas antes de falar de comunicação, precisamos abordar os temas de gestão de conflitos, onde falamos dos conflitos diários, interpessoais, intrapessoais, que acontecem diariamente e da necessidade de estarmos preparados e conhecer a comunicação e as relações da comunicação eficaz para a nossa vivência de servidor público”, explica Ulisses.
Para o especialista, falar de comunicação não violenta é quebrar um ciclo, é falar de uma comunicação acolhedora, voltada para a colaboração entre as partes, contribuindo, por sua vez, para um ambiente saudável e de relações colaborativas.
“Tudo isso envolve também o aspecto da saúde mental, porque a partir do momento que atuamos em um ambiente que a comunicação é mais amena, um lugar mais acolhedor, consequentemente o ambiente passa a ser um local não propício para o adoecimento mental dos servidores que trabalham lá”, complementa.
Administrar bem os conflitos pela comunicação
Tido como vilão, o conflito pode desequilibrar o ambiente de trabalho e contribuir para o adoecimento das pessoas. Para Ulisses Bezerra, como os conflitos ocorrem a todo momento e em qualquer local, ou seja, são inerentes das relações humanas, sempre vão existir, o que deve mudar, então, é a forma como as pessoas administram o conflito.
“O conflito é natural do ser humano. Na maioria das vezes, ele evolui ou diminui muito pela comunicação. Às vezes, a forma que a gente comunica, potencializa o conflito ou pode até resolvê-lo; se a gente tem uma nova postura diante do nosso conflito, a gente pode resolver pela comunicação, melhorando o nosso relacionamento, nos colocando no lugar da outra pessoa – que é a empatia – e entender qual foi a causa desse conflito”, explica Ulisses.
A comunicação não violenta, segundo Ulisses perpassa por entender que comunicar gera sentimentos, daí o cuidado ao se relacionar com o outro, devendo ainda partir da observação da situação para alinhar as necessidades e interesses dos envolvidos, culminando com uma comunicação que reforce o pedido, a colaboração entre todos.
“A comunicação não violenta tem a ver com como essa mensagem é transmitida. Na hora que eu vou me comunicar com alguém, eu preciso me preocupar com o outro, eu tenho que vestir a pele da pessoa e falar, como que essa pessoa vai receber essa mensagem? Se a gente começa a fazer esse exercício, essa mensagem, com certeza, chega de uma forma mais adequada”, complementa.
Ao longo da palestra, o adoecimento mental também foi discutido, abordando causas e características, enfatizando ainda a parcela de contribuição que cada um pode dar.
“Sobre isso, a ideia foi fazer com que cada um fizesse sua reflexão, até para a gente trabalhe com essa ideia de acolhimento, para que a gente consiga observar os colegas, se algum está passando por algum problema, ou se apresenta alguma característica que é comum dessas doenças, como depressão, ansiedade ou estresse”, conclui o palestrante.
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