O último domingo do mês de janeiro marca o dia mundial de luta contra a hanseníase, doença infecciosa transmitida por um bacilo (Mycobacterium leprae).
A hanseníase é transmitida de uma pessoa sem tratamento para outra, através das vias respiratórias e quando estas mantêm contato direto e frequente. A maioria da população adulta é resistente à hanseníase e vale ressaltar que a partir do momento que uma pessoa diagnosticada inicia o tratamento com medicamentos, ela não mais transmite a doença.
Os principais sinais iniciais da hanseníase são manchas na pele, perda variável da sensibilidade ao calor, frio, à dor e ao tato. As manchas possuem cor esbranquiçada, avermelhada ou acastanhada, muitas vezes pouco perceptíveis. É comum ainda ocorrer diminuição da transpiração e queda de pelos no local.
A doença tem cura e o tratamento é gratuito, podendo durar seis meses ou um ano, dependendo da forma que acomete o paciente, por isso, quanto mais cedo acontece o diagnóstico e se inicia o tratamento, melhor será sua resposta, evitando possíveis sequelas e quebrando a cadeia de transmissão.
Casos de hanseníase – O Amazonas registrou em 2019, 403 casos de hanseníase, sendo 125 em Manaus e 278 nos municípios amazonenses. Em 2020, em função da pandemia, as atividades de busca de novos casos foram comprometidas pela interrupção de ações como mutirões que normalmente são realizados e a redução de visitas de equipes da Fuam aos municípios.
Diante de todo este cenário, foram notificados apenas 220 casos da doença em 2020, em todo Estado; sendo 68 em Manaus e 152 nos municípios do interior.
Para 2021 a expectativa é recuperar a demanda reprimida, ou seja, retomar o patamar de anos anteriores. “Sabemos que temos pelo menos 50% de casos ocultos que precisam ser descobertos e a orientação é que as equipes municipais não deixem o diagnóstico precoce de lado, aproveitando atendimentos para avaliar o paciente do ponto de vista da saúde da pele também”, explica o chefe do departamento de controle de doenças e epidemiologia da Fuam, enfermeiro José Yranir do Nascimento.
Em 2020, apesar das dificuldades impostas pela pandemia, o tratamento de pacientes foi mantido, com o trabalho já realizado em parceria com as secretarias municipais. O atendimento aos pacientes foi garantido nas unidades de saúde, na própria Fuam – para casos com algum agravamento, recidivas ou reações medicamentosas, por exemplo – e com as visitas domiciliares, estratégia adotada em parceria com as secretarias municipais de saúde.
As visitas domiciliares foram realizadas para a busca de pacientes faltosos que deixaram de comparecer às consultas, por ser do grupo de risco, por receio da pandemia, por não poder se deslocar até Manaus, por exemplo.
A dispensação de medicamentos também foi mantida e no caso daqueles que receberam equipes da secretaria municipal e/ou da Fuam, a entrega de medicamentos foi realizada para que ninguém interrompesse seu tratamento.
Atualmente, 398 pacientes estão em tratamento da Hanseníase, sendo 121 em Manaus.

