A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da Fundação Alfredo da Matta (Fuam) realizou, no último dia 25 de julho, no salão de espera do Ambulatório de Dermatologia Tropical – sede da instituição – uma programação voltada para o tema “Segurança do Paciente”.

As palestras proferidas pelo gerente do Departamento de Vigilância Sanitária (DVISA) Marco Antônio e pela presidente da Comissão Estadual de Infecção Hospitalar do Amazonas (FVS), Vivian do Nascimento, tiveram como público-alvo servidores e colaboradores da Fundação. O objetivo principal foi apresentar o tema aos profissionais da instituição.

Segurança do paciente

Segundo Marco Antônio, com o estabelecimento da Aliança Mundial para Segurança do Paciente (da qual o Brasil faz parte) pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2004, cresceram os movimentos em prol da instituição de medidas que aumentassem a segurança dos pacientes e pela qualidade dos serviços de saúde. “A Anvisa tem intensificando suas atividades junto aos serviços de saúde no país, em parceria com o Ministério da Saúde e outros entes do sistema nacional de vigilância sanitária. O propósito dessa aliança é instituir medidas que aumentem a segurança do paciente e a qualidade dos serviços de saúde oferecidos em hospitais, clínicas e ambulatórios”, explicou o palestrante.

No Brasil, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – é um dos organismos que lidera este movimento, tendo como missão proteger a saúde da população e intervir nos riscos e eventos que afetem a segurança do paciente. Com a publicação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC/Anvisa), nº 36, de julho de 2013, foram instituídas ações para segurança do paciente em serviços de saúde, sejam eles públicos, privados, filantrópicos, civis ou militares, incluindo ainda os que exercem ações de ensino e pesquisa.

Segundo esta resolução, as instituições de saúde devem adotar uma série de medidas, dentre elas, criar um Programa de Segurança do Paciente; um serviço de saúde para promover e apoiar a implantação de ações voltadas à segurança do paciente em diferentes áreas da atenção, organização e gestão na área de saúde.

O Programa deve seguir protocolos que servem como guias para a prática de ações em prevenção de quedas, identificação de pacientes, segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos, além de cirurgias seguras, higiene das mãos e cuidados com úlceras de pressão.

Segundo Vivian do Nascimento, colocar tudo isso em prática é possível a partir da criação de um Núcleo de Segurança do Paciente (NSP). Segundo a representante da Comissão Estatal de Infecção Hospitalar do Amazonas, para compor o Núcleo é necessário o comprometimento dos profissionais: “A segurança do paciente é um dever de todos os servidores de uma instituição de saúde, desde o porteiro até os médicos e enfermeiros”.

O Núcleo deve ser constituido por uma equipe multiprofissinal capacitada em conceitos de melhoria da qualidade e segurança do paciente e em ferramentas de gerenciamento de riscos de saúde. Deve ser composto por membros preferencialmente que tenham experiências nas áreas de controle de infecção, epidemiologia, microbiologia, gerência de risco, farmácia hospitalar e outros.

Os cuidados com o bem-estar dos pacientes devem ser a preocupação maior, já que todos os dias várias pessoas que procuram uma unidade de saúde estão expostas a riscos. “A cada 10 pacientes pelo menos um passa por um evento adverso como queda, administração incorreta do medicamento, infecções, falhas na identificação do paciente, e outros, por isso é muito importante manter medidas simples de segurança, como por exemplo, a higienização das mãos antes dos procedimentos ou manter o local sempre limpo, finaliza Vivian.

A Fuam realizou as palestras visando o primeiro contato dos servidores com o tema e ainda como ponto de partida para implantar o Programa de Segurança do Paciente. De acordo com Eliene Canto, responsável pela CCIH/Fuam, a ideia é levar a proposta à direção para que possa ser dado início à formação de uma comissão que irá compor o Núcleo de Segurança do Paciente na Fuam.