fotos: arquivo da família
A neta cheia de boas lembranças. A bisneta ansiosa para realizar um sonho seu, e de sua mãe. As boas recordações de infância e o desejo de conhecer a instituição que homenageia um familiar tão querido foram os motivos que trouxeram Maria Luiza Matta Dantas e Anamaria Dantas Plastina – neta e bisneta do médico sanitarista baiano Dr. Augusto Alfredo da Matta – à Manaus, para conhecer a FUAM. “Já tínhamos conhecimento da Fundação, mas todas as vezes que estive em Manaus, sempre surgia um imprevisto”, afirma Anamaria. “Na verdade, eu queria a presença de mamãe numa ocasião dessas e, assim, concretizar um sonho dela e meu também”, completa a bisneta do patrono da Fundação Alfredo da Matta.
Maria Matta e Anamaria Dantas moram no Rio de Janeiro há muitos anos. As duas aproveitaram o feriado de Corpus Christi, em junho desse ano, para rever a cidade natal de Maria Matta e para conhecer a Fundação: “Voltei à Manaus com meus 87 anos para rever os mesmos lugares de antigamente. Fiquei surpresa com o crescimento de Manaus, com bairros novos, viadutos, estradas… Mas a minha vinda teve um fator importantíssimo que era conhecer a Fundação Alfredo da Matta, ver o local e o busto do meu avô querido”, conta a neta de Dr. Alfredo.
As lembranças de Maria Matta com o avô são marcantes e ela relata com emoção o convívio com o médico. “Até hoje estou sempre contando em casa, estas passagens da minha infância. A grande distração na casa dele era subir nas árvores frutíferas, comer os frutos, sentar nos galhos, desfrutar dos sabores maravilhosos. Era um pomar lindo com um chafariz. Na varanda dos fundos da casa, as frutas eram colocadas em bandejas e ele sempre dizia: só as coma se, realmente, estiver com vontade, caso não, deixe-as aí”.
O trabalho do médico também é uma recordação forte para Maria Matta que se lembra do avô chegando em casa após um dia de trabalho: “Vovô entrava direto para o banheiro, retirando toda a roupa, colocando-a num saco fechado e este era entregue ao empregado, para lavá-la”. O relato de Maria relembra uma época em que a Hanseníase era considerada uma doença incurável e o isolamento dos pacientes uma das únicas formas de tratamento. Separar as roupas de trabalho era o modo que os profissionais da época acreditavam ser o mais seguro.
(Veja aqui fotos antigas do Dr. Alfredo da Matta)
Conhecer a FUAM: emoções à flor da pele
(Veja aqui mais fotos da visita de Maria e Anamaria)
Quando estiveram em Manaus, Maria Matta e Anamaria Dantas só não esperavam encontrar a Fundação fechada: o período em que estiveram na cidade foi num feriado, por isso, não puderam conhecer a instituição em pleno funcionamento. Mas, quando acreditavam que teriam que adiar a visita, uma feliz coincidência mudou os rumos dessa estória: o Diretor Técnico da FUAM, Dr. Luiz Cláudio Dias, passava em frente à sede da Fundação quando viu algumas pessoas observando o local. Pronto, essa foi a oportunidade de Maria e a filha conhecerem o prédio: “A emoção foi enorme quando vi o rosto do meu avô na parede do gabinete”, lembra Maria Matta. “Tive a felicidade de voltar anos atrás, senti a presença de vovô e realizei um sonho até então inatingível, que era conhecer pessoalmente a Fundação Alfredo da Matta”, completa.
Já Anamaria se orgulha da trajetória do bisavô: “O legado que vovô deixou foi de uma importância única para o Amazonas. Foi uma dedicação sem fim, com muito estudo, o que o tornou conhecido mundialmente. Era um grande cientista que, além da vida médica, teve um grande desempenho político. Ele nos deixou um currículo que enobrece qualquer família!”.
Maria e Anamaria voltaram ao Rio de Janeiro felizes e com o desejo de retornar à FUAM para conhecer um pouco mais do trabalho que os 297 profissionais da instituição (que está completando 56 anos de história) desenvolvem com tanto empenho, dedicação e amor: com certeza, honrando o trabalho que o Dr. Alfredo da Matta tanto se orgulharia em conhecer.