
Profissionais do Laboratório Central do Amapá (LACEN/AP), da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) do Governo do Estado do Amapá deram início a elaboração de uma proposta de fluxograma para controle externo de qualidade em exames de baciloscopia em hanseníase. Com apoio e orientação de equipe da Fuham, referência nesta área, a proposta inicial foi apresentada pelos profissionais do LACEN/Amapá, em reunião em formato on line, que ocorreu na última quarta-feira (24/04) e envolveu além do LACEN/Amapá e Fuham, Ministério da Saúde e LACEN do Estado do Tocantins, que também apoiam a iniciativa.
A proposta apresentada pelos profissionais amapaenses foi resultado de um trabalho iniciado ainda no mês de março, quando os mesmos participaram do seminário: Referências para o Controle de Qualidade de Baciloscopia em Hanseníase, atividade coordenada pela Fuham e que promoveu uma capacitação em controle de qualidade de baciloscopia e troca de experiências das instituições participantes.
O seminário contou com a participação on line, de equipes de profissionais que atuam na área laboratorial de todos os estados da região Norte (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), além dos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraíba.
“Neste evento, os profissionais dos LACEN e de algumas instituições de vários estados, compartilharam experiências sobre a implantação de um controle de qualidade de baciloscopia em hanseníase, área na qual a Fuham é referência; e o Amapá, que solicitou esta capacitação, ficou com a ‘tarefa’ de apresentar posteriormente, um fluxograma; uma proposta de implantação de uma rotina de controle de qualidade, para a rede de laboratórios do Estado”, explica o coordenador da atividade na Fuham, farmacêutico-bioquímico Jorge Ewerton Sales, que também e o responsável técnico pelo Laboratório de Micobacteriologia e Leishmaniose da instituição.
O farmacêutico explica ainda que a solicitação do Governo do Amapá, por meio da sua Superintendência de Vigilância em Saúde, se deu em função da Fuham ser uma instituição de referência em baciloscopia em hanseníase e controle de qualidade laboratorial.
“Sem atender às exigências da RDC 786 de 2023 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, um laboratório não pode sequer funcionar e a Fuham não só atende aos requisitos, como é referência em controle de qualidade; fornecemos lâminas [de exame de baciloscopia em hanseníase] para todos os estados do Brasil e alguns países da América Latina, para controle externo de qualidade por microscopia digitalizada, e esse formato digitalizado é possível, devido à parceria que temos com a empresa Controllab [provedora de controle de qualidade laboratorial]”, explica Ewerton.
Microscopia digitalizada no controle de qualidade
As lâminas digitalizadas utilizadas no controle externo de qualidade de baciloscopia em hanseníase, citadas pelo farmacêutico-bioquímico Ewerton Sales, são uma de metodologia inovadora, fruto da cooperação técnico-científica entre Fuham e a empresa Controllab, que disponibiliza lâminas de baciloscopia em formato digital, com imagens de alta qualidade. Essas imagens são disponibilizadas em uma plataforma eletrônica, de fácil acesso, o que permite que esse material possa ser analisado em instituições do Brasil e de países da América Latina, mantendo a Fuham num papel de protagonismo, como referência em baciloscopia de hanseníase para as Américas.
“Esta metodologia também é uma ferramenta utilizada no processo de ensino e capacitação nos cursos de baciloscopia em hanseníase, na microscopia e interpretação dos resultados, oferecidos pela Fuham na modalidade Ensino à Distância”, explica Ewerton. “Somente a Fuham tem cursos com essa metodologia [Ensino à Distância], tendo sido ofertado pela primeira vez para o Estado de Rondônia, no ano de 2021; metodologia aprovada pelo Ministério da Saúde”, complementa.
Profissionais do Amapá assumem desafio
A equipe de profissionais do Amapá que participou da construção do fluxograma, conta com as biomédicas Nathália Marques, Jaylli Castilho e Carolina Baptistão, além do técnico em laboratório Aguinaldo de Souza e da farmacêutica-generalista Vanuza da Silva.
Para a avaliação e considerações sobre a proposta apresentada, além de Ewerton Sales da Fuham, também participaram o farmacêutico e consultor técnico da Coordenação Geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, Alexandre Casimiro de Macedo; e do farmacêutico-bioquímico, Helvio Neves Mangabeira, que é o responsável técnico pelo controle de qualidade de baciloscopia de hanseníase e tuberculose do LACEN no Estado do Tocantins. Após a primeira experiência com o Seminário realizado em março e de todo trabalho que culminou na proposta apresentada, a equipe tem como próximos passos adequar a proposta para sua implantação. “O aprendizado é compartilhado, o próximo passo é a implantação [do fluxograma], após ajustes sugeridos durante a reunião; a Fuham contribuiu com sua expertise no assunto, somos referência em hanseníase e neste controle de qualidade”, conclui Ewerton.