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Todos os anos, o dia 1º de dezembro é dedicado ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids. A data foi instituída em 1988, pela Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial de Saúde (OMS), cinco anos após a descoberta do vírus causador da doença. Desde então, o 1º de dezembro marca os esforços de governos e sociedade civil, numa campanha global de combate ao preconceito e a desinformação que giram em torno da doença. A data também é uma oportunidade de apoiar aqueles que estão envolvidos na luta contra o HIV/Aids, melhorar a compreensão do vírus como um problema de saúde pública, apoiar os que vivem com o HIV e lembrar dos que perderam a vida devido às doenças relacionadas à Aids.
A Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham) é conhecida pelo atendimento dermatológico, mas é também referência no atendimento de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), dentre elas, o HIV; com um setor totalmente dedicado ao atendimento nesta área, a Gerência de IST (GIST). “A Fuham presta um serviço de referência em IST, em todos os graus de atuação, em relação às IST e HIV; nós fazemos o CTA [Centro de Testagem e Aconselhamento], nós fazemos a clínica ambulatorial de IST, triagem, consulta médica, coleta de exames laboratoriais para HIV, sífilis e hepatites e o paciente com resultado reagente para HIV faz o acompanhamento ambulatorial no nosso SAE [Serviço de Atendimento Especializado], com equipe multidisciplinar”, explica o gerente de IST na Fuham, enfermeiro Carlos Alberto Barros.
Segundo o gerente, a Fuham faz parte de uma rede bem estruturada, trabalho que envolve Estado e municípios. Com um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), a Fuham disponibiliza para qualquer pessoa que queira fazer a testagem sorológica para HIV, sífilis e hepatites virais, testes rápidos e aconselhamento. Todos os dias, de segunda à sexta-feira, às 7 horas, são disponibilizadas 12 fichas de atendimento, para pacientes que não precisam ter encaminhamento nem serem referenciados por outras unidades de saúde.
“Hoje a rede de saúde do Estado e município está muito bem estruturada, todas as unidades de saúde oferecem a testagem sorológica para HIV, sífilis e hepatites e todos os 62 municípios já tem o sistema implantado, assim, de forma bem simples, a pessoa pode se dirigir a qualquer unidade de saúde, inclusive ao Alfredo da Matta, procurar o CTA da unidade onde vai receber orientação antes e após os exames, vai fazer os testes rápidos e em torno de 30 a 40 minutos ele já tem o resultado em mãos”, complementa o enfermeiro.
Se o diagnóstico for positivo, o paciente é imediatamente encaminhado: se for positivo para sífilis, segue em tratamento na própria Fuham; os casos positivos de hepatites, são encaminhados para o ambulatório de hepatologia da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), onde é feito acompanhamento de pacientes de todo Estado; já para os casos positivos de HIV é ofertado o Serviço de Atendimento Especializado (SAE) mais próximo da residência do paciente, podendo ser o SAE da própria Fuham. “Temos desde 2018, no SAE da Fuham, em atendimento, 1.009 pacientes com registro ativo, um número de pacientes que é cumulativo, já que [o HIV] é uma doença crônica, que vai requerer acompanhamento para o resto da vida”, explica Carlos.
Dados epidemiológicos da Fuham destacam que em 2022 foram diagnosticados 72 casos de HIV. Em 2023, de janeiro a outubro, foram realizados 727 testes rápidos para HIV, com 80 resultados positivos, pacientes que são incorporados ao atendimento na Fuham ou outras unidades.No SAE da Fuham, o paciente faz todo acompanhamento necessário, exames e medicação. Apenas os pacientes que possam ter alguma complicação decorrentes do HIV são encaminhados à FMT-HVD, referência no tratamento para HIV/Aids.
“Ele recebe o antirretroviral [medicamentos que impedem a multiplicação do vírus no organismo] de forma gratuita e faz esse acompanhamento contínuo, faz também exames de carga viral, contagem de CD4 [células do sistema imune atacadas pelo HIV] e se há alguma alteração ou comece a ter problemas decorrentes do HIV, ele é encaminhado para o Tropical [Fundação de Medicina Tropical], já que nosso SAE é para pacientes estáveis”, explica Carlos.
Dia Mundial e a importância de fazer testes para sorologia de HIV
O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é simbolicamente uma data para lembrar da importância de se conhecer o estado sorológico. Conforme explica o gerente de IST da Fuham Carlos Barros, em média, uma pessoa pode demorar até 5 anos, desde o contato com o vírus, para descobrir o contágio.”Pode passar desapercebido, por ainda ser assintomática, a pessoa desconhece e daí vai fazer um exame admissional, ou ainda, quando tem outra sintomatologia associada a uma IST, só aí descobre que teve contato com o vírus”, destaca.
Ele ressalta ainda que mesmo as pessoas com parceiros fixos devem realizar periodicamente exames, já que o contágio não se dá apenas por meio de relações sexuais.”Vale ressaltar que não é só pela relação sexual que se pega o HIV, também pode ser o contato com sangue contaminado, num acidente ocupacional, uso de materiais perfurocortante, agulhas, compartilhamento de seringas entre usuários de drogas, são estes alguns meios de transmissão do vírus HIV, então o ideal é que todo munda faça pelo menos uma vez por ano o exame para saber se teve ou não contato com o vírus”, explica.
Ambulatório de IST na Fuham
Além dos atendimentos no CTA e SAE na Fuham, os pacientes tem também à disposição os serviços ofertados pelo ambulatório de IST, com atendimento diário para 25 pacientes que podem procurar a Gerência diariamente, de segunda à sexta-feira, somente pela manhã, às 7 horas. O paciente não precisa de encaminhamento e o atendimento é voltado para pessoas com sintomas relacionados à IST ou ainda quem deseja conhecer seu estado sorológico. O HIV não tem cura, mas pode ser controlado, com acompanhamento e tratamento adequados, ofertados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
“Todo paciente vivendo com HIV precisa fazer um acompanhamento ambulatorial para que ele possa conviver com o vírus e ter a plenitude da sua saúde; hoje a doença é tratável e a pessoa tem tratamento disponível de forma gratuita na rede pública, por isso, faça o teste”, finaliza Carlos Barros
